Prezados motociclistas. Fiz uma recente viagem (12 a 26/10/18) à Argentina e Chile, com o seguinte roteiro:
Curitiba - São Borja (cruzamos a fronteira aqui) - Rosário - Mendoza - Los Vilos (Chi) - Copiapó - Antofagasta - San Pedro de Atacama - San Salvador de Jujui - Dionísio Cerqueira - Curitiba = 7.600km.
Relato agora algumas experiências.
1. Cartão de crédito - na Argentina o cartão de um dos amigos com quem eu viajava não passava nos postos de combustível, apesar de aceitarem a bandeira (o seu irmão foi pagando); já nas lojas e mercados passava. O mesmo aconteceu comigo no Chile. Portanto, fica a sugestão de levarem dois cartões/bandeiras ou uma boa reserva de dinheiro local para abastecer.
2. Carta Verde / Soapex - já na entrada da Argentina, na aduana, um policial nos abordou para ver a Carta Verde, mas só isso - tranquilo; pensamos em fazer o Soapex (para o Chile) em Mendoza, mas tivemos dificuldade para promover o pagamento através da internet. Assim arriscamos e fomos ao Chile sem o mesmo. Em momento algum nos foi solicitado, mas é bom não arriscar, até mesmo porque, se houver um acidente pode haver complicações.
3. Polícia/corrupção - NADA! Graças a Deus acho que isso ficou na história (e perceba que passamos pelo "terrível" chaco); mas também procuramos respeitar todas as sinalizações e velocidades. Só fomos parados na última barreira antes de chegarmos ao Brasil, mas só para averiguação normal. Agora uns motociclistas brasileiros experientes, que voltavam para o Brasil, até pensaram em cortar pelo Paraguai, mas devido à corrupção ainda existente lá, preferiram fazer uns 100km a mais indo até Foz do Iguaçu.
4. Estradas - SHOW! Na Argentina tem estrada (ruta 14) onde havia a possibilidade de andar até a 130 km/h... mas como tinha muito vento, o consumo subia muito da minha Transalp, então resolvemos manter 110-120. Somente no retorno, de San Salvador de Jujui a Monte Quemado, antes dessa cidade há um trecho péssimo de 40km, onde se anda muito devagar e desviando uma infinidade de buracos, às vezes tendo que ir ao acostamento do sentido contrário. Se estiver chovendo deve ser um inferno.
5. Quase todos os postos e hotéis aceitam cartão, mas no norte da Argentina há alguns postos que aceitam só "efetivo" (em dinheiro), assim como algumas cabañas (Arg/Chi).
6. As tomadas de energia na Argentina são diferentes, necessitando de adaptador específico para carregar celular e etc. É fácil achar no mercado livre.
7. Tenha paciência na aduana Chilena - que zona! Tem-se que passar por 3 ou 4 guichês, diversos formulários para preencher e nem os agentes estavam se entendendo, além da estupidez de alguns.
8. Um argentino motociclista nos alertou que na cidade argentina de Concórdia (onde pretendíamos passar a noite) é preciso tomar cuidado: ao parar no sinaleiro, ficar atento se alguém se aproximar a pé, pois pode ser um assaltante - ele vêem moto carregada a percebem a possibilidade de pegar dinheiro ou equipamentos; ele disse que se isso ocorrer, fure o sinal, pois é melhor pagar uma multa do que ser assaltado.
9. Tanque de combustível extra: apesar de haver postos de combustível sempre dentro da autonomia - ao menos no roteiro que fizemos - é bom levar um tanque de combustível extra pois pode-se errar um caminho e aí pode complicar. Levei um de 5 litros e seria o suficiente.
10. Não compramos chip internacional e acabei vendo que foi uma economia boba. A moto de um dos amigos estragou e se não fosse um argentino em um local de turismo, passaríamos aperto. Conseguimos um resgate para nos levar até San Salvador de Jujui, onde consertamos a moto.
11. Não usamos aparelho de GPS, somente o google maps no celular somado a fone de ouvido (bluetooth), cuidando para baixar o mapa do roteiro no hotel/wifi.
Por fim, o argentino é um povo muito amigável, já o chileno é mais fechado mas sempre prestativo. Sempre puxe conversa com um sorriso, pois sempre se aprende alguma coisa sobre o roteiro, ou ao menos se tem o prazer de conhecer outra cultura.
Qualquer dúvida, coloco-me à disposição para algum esclarecimento.
Boas estradas.